segunda-feira, 30 de maio de 2016

A Gramática é uma área de muitos conflitos

A Gramática é uma área de muitos conflitos

A Complexidade dos Estudos Gramaticais

Segundo Irandé Antunes, na obra "Muito Além da Gramática" (2007), a gramática é uma área permeada por muitos conflitos. Quando se trata da Língua Portuguesa, surgem inúmeras certezas e opiniões divergentes. Infelizmente, essas divergências frequentemente levam a equívocos. Um desses equívocos parte da "crença ingênua" de que, para se tornar proficientes em falar, ler e escrever, basta estudar gramática. Outro equívoco, igualmente ingênuo, sugere que a gramática não deve ser ensinada em sala de aula. Em prol de ambos os lados, políticas de ensino e programas de intervenção ou orientação são implementados, porque, como diz Veridiana Rocha em 2008, "as dificuldades verbais das pessoas são dificuldades de gramática". No entanto, quando se trata de compreender ou redigir um texto mais complexo, fica evidente que "o saber gramática" é, inevitavelmente, insuficiente.

A Linguística está entrelaçada em nosso cotidiano, mas, quando se fala em gramática normativa, as pessoas frequentemente acreditam erroneamente que os estudiosos da Língua Portuguesa possuem um domínio absoluto da norma culta, gerando assim um conflito significativo sobre o que constitui o Português Padrão.

Assim como um advogado não é um detentor absoluto de todo o conhecimento em Direito, um administrador não é uma enciclopédia ambulante de Administração, e um engenheiro não sabe tudo sobre Engenharia (em todas as áreas), o linguista também não detém um conhecimento completo de todos os aspectos da Língua Portuguesa. Isso é especialmente válido, pois a maioria dos professores, senão todos, que dominam a gramática para o ensino, adquiriram seu conhecimento fora do ambiente acadêmico.

Em resumo, o domínio total implica conhecer cada detalhe minucioso, e se isso fosse possível apenas através de formação acadêmica, não haveria especializações ou doutorados.

Ao analisar os estudos de Pasquale Cipro Neto e Marcos Bagno (mencionados por Irandé), percebemos que eles representam áreas de pesquisa totalmente distintas. O primeiro é um estudioso purista, enquanto o segundo é um linguista. Nos estudos puristas, a língua é vista como deveria ser, ignorando sua "alteridade de língua".

Jamais devemos impor como as pessoas devem falar ou escrever, de acordo com as exigências impostas pela gramática normativa. No entanto, é vital reconhecer essas exigências, especialmente em provas, exames e processos seletivos para universidades e concursos públicos, onde a norma culta é rigorosamente aplicada.

Muitas vezes, pode ser difícil compreender por que ensinamos e aprendemos gramática, visto que grande parte do conhecimento gramatical tem pouca aplicação no dia-a-dia. A utilização de mesóclise ou ênclise na fala cotidiana pode soar estranha, sendo que essas estruturas são mais adequadas para testes, redações e contextos formais.

No entanto, o conflito gramatical surge devido às circunstâncias mencionadas anteriormente, levando as pessoas a relutarem em usar a norma padrão fora do contexto social, o que pode resultar em preconceitos linguísticos.

Irandé Antunes também descreve cinco tipos de gramática em sua obra. A primeira é a gramática que aborda o funcionamento da língua, focando na gramática internalizada que se desenvolve naturalmente através do convívio e diálogo.

Para o estudo da gramática normativa, a segunda perspectiva sugere que a língua seja ensinada tal como deve ser, oposta à terceira perspectiva que valoriza a língua como ela é. Isso porque existem usos da língua mais aceitos que outros, dependendo do poder econômico e político, determinando onde e quando essas variações podem ser usadas.

A quarta perspectiva envolve a aplicação de métodos de investigação sobre as línguas, considerando diferentes teorias gramaticais, como estruturalismo, generativismo, funcionalismo, entre outras, e como elas observam a língua.

A quinta perspectiva aborda a gramática de maneira mais descritiva ou prescritiva, dependendo da visão sobre a língua. Optar por uma dessas perspectivas implica na escolha de como a gramática será aplicada em um campo específico de conhecimento.

Em conclusão, a gramática é uma área repleta de nuances e divergências. Compreender sua complexidade e a diversidade de perspectivas pode nos ajudar a navegar melhor por essa área e apreciar a riqueza da língua portuguesa em sua variedade e evolução constante. A gramática é uma ferramenta valiosa, mas seu uso deve ser equilibrado com a compreensão das nuances linguísticas e o respeito pela diversidade de formas de expressão.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O Arquipélago de Marajó - I

A DESCOBERTA
Localizada na foz do Rio Amazonas, é a primeira Ilha descoberta no Brasil, em 1498, por Duarte Pereira Pacheco, encarregado de uma expedição secreta com objetivo de conhecer as ilhas além do Oceano Atlântico. Duarte Pacheco foi o primeiro Europeu a chegar às proximidades desta ilha, que iniciou sua viagem pela costa norte, indo à Ilha de Marajó e à foz do Rio Amazonas, porém esta descoberta foi mantida em sigilo por ordem do rei de Portugal por estas terras estarem em área espanhola estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494.
As terras do Norte do Brasil eram habituadas por homens pardos, característica física de índios que dominavam a orla marítima destas terras. Essas populações indígenas com alta densidade demográfica e que criaram na Ilha de Marajó uma sociedade complexa, produtora de artesanato e de escala urbana, explicara o motivo pelo qual os Europeus iniciarem a busca pela região que além do oceano atlântico existira terras, o que resultou a expedição de Pacheco, posteriormente expedições em outras terras o espanhol Vicente Yáñez Pinzón e enfim Pedro Álvares Cabral.
A Ilha de Marajó está localizada no Estado do Pará na foz do Rio Amazonas no arquipélago do Marajó, dividida em dezesseis municípios, dentre estes, o Município de Cachoeira do Arari, chão de Dalcídio Jurandir, João Viana, Giovanni Galo, Ronaldo Silva, munícipio que abriga o Museu Marajó, casa de Dalcídio Jurandir e agora tem como Patrimônio Cultural do Brasil a Festividade do Glorioso São Sebastião.
Alguns livros da região marajoara contam várias versões sobre a descoberta do Arquipélago do Marajó, o livro ‘’Soure: Pedaço de Marajó’’ de Maria de Nazaré Barbosa publicado em 1997 informa que o navegador e explorador espanhol, Vincente Yáñez Pinzón foi o descobridor da ilha e que ‘’Joanes’’ vem de Yáñez, o que posteriormente passara ser chamada finalmente, depois dos séculos XVII e XVIII; de Ilha de Marajó.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Biografia

Biografia

Patrick Hiago Amaral dos Santos é o editor do blog "Pedacinho de Chão". Atualmente, ele está cursando Licenciatura em Letras com foco na Língua Portuguesa. Seu principal objetivo é proporcionar auxílio e orientação a estudantes e acadêmicos em pesquisas linguísticas e relacionadas à cultura do Arquipélago de Marajó. Além disso, o blog também aborda diversos gêneros textuais escritos por Patrick.

Como um graduando no curso de Letras, Patrick está se preparando para se tornar um pesquisador marajoara e linguista no futuro. Ele pretende atuar nas duas áreas, compartilhando com os leitores deste blog seu conhecimento sobre os estudos marajoaras, desde a cultura ancestral até as tradições contemporâneas. Além disso, ele oferece insights sobre assuntos linguísticos, mantendo os leitores atualizados sobre temas relacionados à Língua Portuguesa, Variações Linguísticas e o uso da norma culta.

O blog "Pedacinho de Chão" concentra-se principalmente no estudo do Arquipélago de Marajó, uma região localizada no estado do Pará. Patrick aborda questões relacionadas ao uso da língua no cotidiano, incluindo preconceitos sociolinguísticos, gírias, normas e terminologias apropriadas, dependendo do contexto social, ao se comunicar por meio do Português, seja ele padrão ou com características agramaticais.

Este blog é uma fonte valiosa de informações para quem deseja explorar a cultura e a linguagem do Arquipélago de Marajó e, ao mesmo tempo, aprofundar seu conhecimento sobre aspectos linguísticos da Língua Portuguesa. Patrick Hiago Amaral está comprometido em compartilhar seu aprendizado e pesquisa com seus leitores, promovendo uma compreensão mais ampla desses tópicos fascinantes.