Flor de Lis
“Valei-me, Deus! É o
fim do nosso amor, perdoa, por favor, eu sei que um erro aconteceu, mas não sei
o que fez tudo mudar de vez, onde foi que eu errei, eu só sei que amei [...] e
o meu jardim da vida ressecou, morreu, do pé que brotou Maria, nem Margarida
nasceu.”
Certo dia, ao ler um
texto informal na internet, deparo-me com que se diz a interpretação desta
música, Flor de Lis, de Djavan, que todo mundo ouviu em alguma passagem da
vida, muitas pessoas aprenderam a letra, outras por osmose devido à sua popularização e grande importância no nome da
Música Popular Brasileira.
Uma corrente de pessoas
fez na internet um falso relato a respeito da música, no que informa ao leitor
curioso ao saber o sentido da letra. Falava-se sobre Maria, que seria mulher de
Djavan, essa estava grávida de Margarida, uma gravidez de risco e com uma série
de complicações durante a gestação, posteriormente os médicos disseram para
Djavan que somente uma delas iria sobreviver, ou Maria, ou Margarida, o que o
deixou com essa inoportuna escolha de querer a vida da mulher ou da filha,
porém antes mesmo de que sua escolha fosse concretizada, por infelicidade do
destino, nem Maria e nem Margarida sobreviveram.
Uma triste história,
que para o nosso alívio não faz nenhum sentido, não passa de uma estória, pois
a música fala sobre o fim de um relacionamento, alguma coisa que o eu lírico
fez para que o rompimento de sua relação viesse à tona, porém é algo que ele
não sabe o que fez para que isso viesse acontecer, ele implora o perdão de sua
flor de lis, que por sua vez é uma mulher de personalidade forte, ele recorre à
imaginação para formular justificativas para o que viesse findar o fim daquele
amor, qual o destino não que ele fosse a raiz de uma flor de lis, o que se tem
essa conclusão que foi algo do destino a separação do casal, o que diz que seu
amor acabou virando pó, onde ele vê o amor deles na poeira, morto na beleza
fria de Maria, então seu amor ressecou, morreu, e como é um fato de todo casal
se ver em uma crise emocional após uma separação, o eu lírico trata sua vida
como um jardim, seu jardim da vida em quem as árvores são seus sentimentos e
emoções, que seria Maria sua árvore do amor e após o rompimento da relação onde
“do pé que brotou Maria, nem Margarida nasceu” ele nunca mais amou outro alguém.
Podemos observar a flor de lis
dentro de uma grande variedade de equivalência semântica, como vimos
anteriormente esta flor sendo uma mulher de personalidade forte, pois quando se
tem essa ideia de uma mulher forte, associa-se a planta nos brasões em que se
eram usados a flor de lis como símbolo de seus escudos e emblemas. De acordo
com a Enciclopédia Livre do Wikipédia há um contexto histórico no uso da flor
de lis como brasões.
“O primeiro emprego atestado de um ramo de lis foi em um sinete do
príncipe Luís, futuro Luís VIII de França, em 1211. O ramo foi substituído em 1375 por três
flores de lis. Atualmente, é representado de uma forma estilizada, amarelo
sobre um fundo azul: azul com um ramo de lis dourado ou azul com três flores de lis douradas, na versão
moderna. A flor de lis tem pouco a ver com a "lis" que se encontra
nos jardins (utilizado em heráldica sob o nome de "lírio de jardim"]). É uma alteração gráfica da íris de
marais (Íris pseudacorus L. ou "íris amarela") que teria sido escolhida no século V,
como atributo, por Clóvis I, após sua vitória na Bataile de Vouillé sobre os Visigodos, a oeste de Poitiers, e que encontra-se abundantemente sobre as margens do rio Lys e do Senne na Bélgica. Segundo
a Lenda, conta-se que após o nascimento de Hércules ou Háracles (filho de Zeus
com uma mortal) Zeus, que pretendia torná-lo imortal, pedindo a Hermes que
levasse Héracles para junto do seio de Hera, quando esta dormia, e o fizesse
mamar. A criança sugou com tal violência que, mesmo após Héracles ter
terminado, o leite da deusa continuou a correr e as gotas caídas formaram no
céu a Via Láctea e na Terra, a flor-de-lis.”
Para
Vitor Manuel Adrião, em seu artigo, Flor de Lis versus Realeza de Deus, a flor
de lis está envolvida nas divindades para a anunciação angelical à intervenção
para as pessoas, assim como Deus escolheu a Virgem Maria e por intermédio da
anunciação do anjo Gabriel, fez com Ela dissesse o Vosso sim.
A Flor-de-Lis é
simbolicamente identificada à Íris e
ao Lírio, como o fez Mirande
Bruce-Mitford no seu livro Signos e Símbolos,
informando que Luís VII, o Jovem (1147), teria sido o primeiro dos reis de
França a adoptar a íris como seu emblema e a servir-se da mesma para selar as
suas cartas-patentes, e como o nome Luís se
escrevia na época Loys ou Louis, esse nome teria
evoluído de “fleur-de-louis” para “fleur-de-lis” (flor-de-lis), representando
com as três pétalas a Fé, a Sabedoria e o Valor. A verdade, mesmo observando a
grande semelhança entre os perfis da íris e da flor-de-lis, é que o monarca
francês apenas adoptou o símbolo de grande antiguidade na heráldica de França,
pois que ele já aparece em 496 d. C., quando um Anjo aparece a Clotilde, mulher
de Clóvis, rei dos Francos, e lhe oferece um lírio, acontecimento que concorreu
para a sua conversão ao Cristianismo (repercussão hagiográfica daquele episódio
primaz ocorrido com a Virgem Maria, quando o Anjo da Natividade, Gabriel, lhe
apareceu empunhando um lírio fazendo-lhe a anunciação de estar predestinada a
Mãe do Salvador, e logo o pai terreno deste, José, também vir a ser iconografado
com a flor do lírio, assinalando-o como patriarca de novel dinastia sagrada,
portadora de Realeza Divina). No ano 1125 a bandeira de França apresentava o
seu campo semeado de flores-de-lis, o mesmo acontecendo com o seu brasão de
armas até ao reinado de Carlos V (1364), quando passaram a figurar apenas três.
Conta-se que este rei teria adoptado oficialmente o símbolo para, por esse
emblema, honrar a Santíssima Trindade.
Para
todo o campo de pesquisa, sempre há o profissional da área e, a coruja é o
representativo da docência, a sabedoria, a curiosidade e o mistério. Esta ave
representa a Licenciatura. A coruja tem a capacidade de enxergar além da
escuridão, o que podemos ter a analogia de que ela pode ver aquilo que os
outros não veem, é que essa associação está atrelada ao profissional da área de
Letras, como a análise reflexiva e pesquisa por parte do licenciado em Letras
ou estudante deste curso.
Ao meu
ver, a flor de lis tem um grande poder semântico no que diz respeito as várias
significações dentro de várias áreas e diferentes contextos, como esta flor
pode ser além de uma bela planta, está na heráldica, é o símbolo dos escoteiros
e do escotismo, também o símbolo de Letras e Pedagogia, na divindade e contexto
religioso, ela representa a Santíssima Trindade, ainda há possibilidade de haver outras significações que não foram explanadas neste trabalho.
Referências
Música:
Flor De Lis – Djavan
Artigo:
Flor de Lis versus Realeza de Deus. ADRIÃO, Vitor Manuel. 2012
Blog:
Interludico.blogspot.com – A flor de lis como símbolo do curso de Letras
Site:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Flor-de-lis